sábado, 7 de dezembro de 2019

ENTARDECER

Preguiças o sábado numa esplanada ao lusco-
-Fusco em vila desconhecida quando trinta
E cinco trinta e oito anos não mais mirando-te
Pelo canto do olho em quatro piscas largado
O carro junto à berma a aparição feminal estuga
O passo para arrematar os últimos vestígios
Do pãozinho para o jantar
  (também aqui)


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

S/TÍTULO

Abaixo do baixo
Desceste
Tanto quanto o
Instinto te impôs.

Não esteve em ti
Não dependeu de
Ti a salvação
Que procuraste.

Veio de ti porém
E outro ficaste sem
Saberes como foi que
Uma família te compôs.

(VIII/2010)

sábado, 25 de outubro de 2014

maldição

Transforma-se em chumbo
Todo o ouro em que tocas.

É uma maldição que te guarda
Ou protege.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

FALO-TE DO FALO

Falas-me do falo
E eu fico sem fala
Da falta que te faz 
O falo
A porra do falo
Que num instante
Nos calaria.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

ocasional

O espanto pela dádiva rotineira de cada dia
O inesperado que me faz viver habitualmente
A surpresa do habitual quotidiano.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A CURVA DA ESTRADA

Chegar aos 50 será
Boa surpresa   sem
Que fizesse grande
Coisa por isso   o desleixo
Apazigua mas que pague
   Duvido.

terça-feira, 22 de abril de 2014

GESTO ANTIGO

Era um gesto muito antigo o
Fechar das portadas quando
A noite vinha   um acto
Provincial nesse estoril à parte
Do tempo e fora do mundo
Português de então   como se
Avós e bisavós   mãe  eu  nós
Quiséssemos preservar o interior
Da casa   um ovo protector


quarta-feira, 19 de março de 2014

A PACIÊNCIA ESVAI-SE

E mirós e praxes e adopções e cataventos
Esvaindo-se-me a paciência com
Passagem pelos três buracos de françois hollande

segunda-feira, 17 de março de 2014

A GLIMPSE OF HAPPINESS

Alterno raul brandão e ruy belo
Transporte no tempo com el-rei junot
A melhor poesia em grande prosa 
Grande poesia que toda a prosa deveria ter

Morte e mais morte entre 
Tanta vertigem de fim é
Possível um frémito de 
Felicidade em tanta morte 
Cascais, 9.IX.2011

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

AI OS TRÊS

Era as praxes
Uma vez e os
Três buracos
Não do banco
Português de
Negócios nem
Seus oitenta e
Cinco mirós que
Nossos eram mas
Os três ai os três
Buracos do presidente
Francês.


4/14.II.2014